Escritores surdos são considerados belos exemplos de superação para inúmeras pessoas. No Brasil e no mundo, eles demonstram na prática como é possível ir além de uma limitação e ainda contribuir para a vida de outras pessoas que passam pelos mesmos desafios.
Para saber quem são esses escritores, sua história de vida e obras, confira nosso artigo.
Escritores surdos brasileiros e internacionais
Emmanuelle Laborit
Essa escritora surda está entre as autoras mais lidas pela comunidade surda brasileira e internacional. Além de sua atuação no campo da escrita, Laborit é conhecida por seu trabalho como atriz e diretora do Teatro Visual Internacional.
Seu livro mais conhecido é “O Grito da Gaivota”. Trata-se de uma autobiografia que foi publicada em 1993. Neste livro, a autora revela lembranças de sua infância, adolescência e vida adulta, relatando as dificuldades que enfrentou no cotidiano pelo fato de ser surda.
Trata-se de uma obra “obrigatória” para quem deseja superar os desafios da surdez ou conhecer melhor a realidade de uma pessoa que apresenta deficiência auditiva.
Helen Keller
Dos escritores surdos, o nome de Helen Keller é até hoje o mais lembrado no mundo todo. O motivo não é por acaso. O nome da norte-americana Helen Keller é sinônimo de superação.
Ela nasceu em 1880 e pertencia a uma tradicional família do sul dos Estados Unidos.
Quando tinha apenas 18 meses de idade, Helen ficou surda e cega. Por muitos anos, ela não teve uma orientação adequada de como lidar com suas deficiências, já que a comunicação era praticamente impossível.
No entanto, tudo começou a tomar um rumo diferente com a chegada de Anne Sullivan, uma professora que foi contratada pela família de Helen com o objetivo de ensiná-la a lidar com o mundo exterior. Nesse momento, Helen tinha 7 anos e Anne 21.
Devido aos métodos de ensino usados por Anne, tornou-se possível que Helen aprendesse a falar, ler e escrever. Ainda menina, ela já apresentava uma surpreendente habilidade quanto às matérias escolares.
Em 1902, a escritora Helen estreou na área da literatura ao publicar o livro “A História de Minha Vida. ” Ele consiste em um lindo relato autobiográfico contanto com detalhes os desafios e superações vividas por Helen.
Além de ser conhecida como escritora, Helen também foi bastante atuante na produção de artigos, como jornalista, filósofa e conferencista.
A história dela é até hoje uma das mais inspiradoras nos Estados Unidos e no mundo, sendo motivo de esperança para inúmeras pessoas que desejam superar as dificuldades.
Pierre Desloges
Com relação aos escritores surdos mais antigos, o nome de maior destaque é o do francês Pierre Desloges (1747-1799). Devido à varíola, Pierre ficou surdo quando tinha somente 7 anos de idade.
No ano de 1779 ele escreveu o primeiro livro que foi publicado por um escritor surdo. Essa obra foi essencial para chamar a atenção da sociedade da época quanto ao uso de uma língua de sinais (ou gestual) que facilitasse a educação das pessoas surdas.
Sueli Ramalho Segala
Entre os escritores surdos brasileiros, a mais conhecida é Sueli Ramalho Segala, que também é professora, atriz e trabalha como intérprete da Língua Brasileira de Sinais – Libras. O livro mais conhecido dessa autora é “A Imagem do Pensamento – Libras. ”
Carlos Skliar
O argentino Carlos Skliar é um dos escritores surdos mais conhecidos mundialmente, tendo diversas obras publicadas. Além de escrever, Skliar atua como pesquisador. Seus trabalhos giram em torno da pedagogia, literatura e filosofia no campo da educação.
Os principais livros desse autor são:
– A surdez. Um olhar sobre as diferenças.
– O Ensinar Enquanto Travessia.
– Desobedecer a Linguagem.
Algumas frases inspiradoras de Helen Keller
Como vimos anteriormente, o nome de Helen Keller é um dos mais lembrados enquanto escritora surda e também devido à sua linda história de superação. Para saber um pouco mais sobre o pensamento dessa norte-americana, vejamos algumas das citações mais conhecidas dela.
– “Podemos fazer tudo que quisermos se formos perseverantes. ”
– “Muitas pessoas têm uma ideia errada sobre o que constitui a verdadeira felicidade. Ela não é alcançada por meio de gratificação pessoal, mas através da fidelidade a um objetivo que valha a pena. ”
– “Ter pena de si próprio é o seu pior inimigo, e se continuar nunca conseguirá alcançar nada no mundo. ”
– “A experiência humana não seria tão rica e gratificante se não existissem obstáculos a superar. O cume ensolarado de uma montanha não seria tão maravilhoso se não existissem vales sombrios a atravessar.”
– “Nunca se deve consentir em rastejar quando se sente um impulso para voar. ”
– “Tenho o desejo de realizar uma tarefa importante na vida. Mas meu primeiro dever está em realizar humildes coisas como se fossem grandes e nobres. ”
– “A alegria é o fogo sagrado que mantém aquecido o nosso objetivo, e acesa a nossa inteligência. ”
– “Tudo o que amamos profundamente converte-se em parte de nós mesmos. ”
– “O otimismo é a fé em ação. Nada se pode levar a efeito sem otimismo. ”
O papel da educação
As histórias inspiradoras desses escritores surdos demonstram com clareza a importância da educação na vida das pessoas que apresentam deficiência auditiva.
Embora o dia a dia dos surdos tenha seus desafios, quando é recebida uma educação de qualidade tudo fica mais acessível.
Consequentemente, as pessoas surdas conseguem se desenvolver com mais facilidade nos variados campos do conhecimento e ter melhores oportunidades de estudo e no mercado de trabalho – fator essencial para a independência financeira de quem apresenta surdez.
Essas histórias reais demonstram o papel fundamental da educação para surdos no Brasil e no mundo.
A construção de uma sociedade mais inclusiva, na qual as pessoas tenham a oportunidade de superar desafios, começa, sem dúvida, com melhores chances de estudar e se desenvolver em variadas áreas.
Além de saber quais são os escritores surdos mais conhecidos e aprender sobre a vida deles, confira nossos demais conteúdos com temas interessantes relacionados à comunidade surda no Brasil e no mundo.
Imagens: fortunasim.com.br / revistagalileu.globo.com